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FAE926 - Processos e Discursos Educacionais IV : A escrita acadêmica na pós-graduação: da política à materialidade artesanal da prática textual

Turma: F

Sala: 3101

Data de início: 30/07/2018

Data de término: n/d

N° total de vagas: 35

Tipo: Optativa - PDE*

Carga horária: 15 horas

Vagas para eletivas: Não

Vagas para isoladas: Não

Docentes responsáveis
Docentes externos

Robson Nascimento da Cruz

Horários

Ementa

A proposta desde curso é prover reflexões teóricas e estratégias aplicadas para estudantes de pós-graduação que experimentam dificuldades para começar, manter e finalizar suas produções textuais de forma fluente e satisfatória. Para tanto, o curso visa explicar as principais causas psicológicas e sociológicas do chamado bloqueio da escrita e expor possíveis saídas para o enfrentamento do problema. Do mesmo modo, é objetivo do curso estabelecer condições para debater a pós-graduação como um modo de vida no qual a escrita adquire centralidade no percurso de seus atores e na formação da identidade acadêmica, profissional e pessoal.

Programa

Unidade 1 Vida acadêmica e a possibilidade de uma psicologia social da escrita

- A transição para a pós-graduação e a centralidade da escrita na vida acadêmica;

- A vida acadêmica como artesanato intelectual;

- A escrita acadêmica como forma de controle social.

- A política por trás da escrita acadêmica ou como a escrita acadêmica reproduz e produz modos sociais de vida.

Unidade 2- As múltiplas causas do sofrimento com a escrita acadêmica

- A rejeição e a crítica como parte inevitável da vida de quem escreve;

- A escrita acadêmica como o reduto mais sofisticado do elitismo;

- O desprezo pelo conhecimento tácito;

- A complexidade do universo editorial;

- Os problemas com a ausência de inspiração e de tempo para escrever;

- O lugar da motivação ou por que não vale esperar a Musa para escrever.

- A inevitabilidade e o valor do compartilhamento da escrita.

Unidade 3 – Por que resistimos a lidar com os problemas da escrita

- O horror à vida prática nas ciências humanas e sociais.

- A resistência na literatura especializada como sintoma.

- O medo da instrução ou por que tememos o auto-aperfeiçoamento na prática escrita.

Unidade 4 – A materialidade da escrita acadêmica

- Como os escritores e escritoras escrevem: a concretude do ofício da escrita na vida escritores acadêmicos e não acadêmicos;

- A proposta de pré-escrita de Robert Boice e a defesa da escrita livre de Peter Elbow: duas saídas para aquisição da fluência e satisfação com a prática escrita;

- Aprendendo a escrever errado antes de escrever certo;

- Estratégias para amenizar sentimentos, pensamentos e emoções negativas envolvidos no processo de escrita;

- As regras são definem a totalidade da escrita acadêmica: o panorama atual sobre as questões de estilo na escrita acadêmica.

METODOLOGIA

Aula-expositiva;

Análises de casos;

Análises de casos de biográficos e autobiográficos;

Práticas em grupo e individuais;

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Realização de atividades em grupo e individuais relacionadas às dificuldades da escrita dos participantes da disciplina.

Exercício de autoanálise e plano individual para lidar com as dificuldades de escrever.


Bibliografia

BÁSICA:


Becker, H. S. (2015). Truques da escrita: para começar e terminar teses, livros e artigos. Tradução: Denise Bottmann; revisão técnica: Karina Kuschnir. Rio de Janeiro: Zahar.

Cruz, R. N. (2018) Becker e o silêncio sobre a escrita na pós-graduação: soluções antigas para o cenário brasileiro atual? Psicologia & Sociedade, 30, 1-7.

Belcher, L. (2009). Writing Your Journal Article in Twelve Weeks: A Guide to Academic Publishing Success. Sage Publications.

Boice, R., & Jones, F. (1984). Why academicians don't write. The Journal of Higher Education, 55(5), 567-582.

Boice, R. (1993). Writing Blocks and Tacit Knowledge. Journal of Higher Education, 64, 19-54.

Canagarajah, A. (2002). A Geopolitics Of Academic Writing. Pittsburgh, Pa.: University of Pittsburgh Press.

Cruz, R. N. (2018) Becker e o silêncio sobre a escrita na pós-graduação: soluções antigas para o cenário brasileiro atual? Psicologia & Sociedade, 30, 1-7.

Cruz, R. N. (2018). Por que acadêmicos não escrevem: introdução a um problema interminável (Livro submetido).

Elbow, P. (1995). Being a Writer vs. Being an Academic: A conflict in Goals. College Composition and Communication, 46(1), 72-83.

Graham, S., & Harris, K. R. (1997). Self-regulation and writing: Where do we go from here? Contemporary Educational Psychology, 22(1), 102-114.

Mitchell, K. (2017). Academic voice: On feminism, presence, and objectivity in writing. Nursing Inquiry, v. 24, n.4, 24(4).

Rose, M. (1983). “Rigid Rules, inflexible Plans, and the Stifling of language: A Cognitivist Analysis of Writer’s Block. College Composition and Communication, 34, 389-401.

Sennett, R. (2009) O artífice. 2. ed. Rio de Janeiro: Record

Sword, H. (2016). ‘Write every day!’: a mantra dismantled. International Journal for Academic Development, 21 (4), 312-322.

Sword, H. (2012. Stylish Academic Writing. Cambridge, Massachusetts & London, Inglaterra: Harvard University Press.

Literatura complementar:

Boice, R. Advice for New Faculty Members. New York, NY: Pearson; 2000.

Boice, R. (1997). How Writers Journey to Comfort and Fluency. A Psychological Adventure.

Elbow, P. (1981). Writing with Power: Techniques for Mastering the Writing Process. New York: Oxford.

Flower, L, (1981). Problem-solving Strategies for Writing. Linda Flower. New York: Harcourt, Brace.

Pennebaker, J. W. (1997). Writing about emotional experiences as a therapeutic process. Psychological Science, 8, 162-166.