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FAE925 - Processos e Discursos Educacionais III : PARA UMA CRÍTICA DA EPISTEMOLOGIA CONTEMPORÂNEA: CAPITAL, CONHECIMENTO E NEGAÇÃO DO MUNDO

Turma: E

Data de início: 18/05/2021

Data de término: n/d

N° total de vagas: 20

Tipo: Optativa - PDE*

Carga horária: 60 horas

Vagas para eletivas: Sim

Vagas para isoladas: Sim

Docentes responsáveis
Horários

Ementa

A disciplina abordará criticamente os principais pressupostos nos quais se baseiam as correntes mais dominantes do discurso epistemológico contemporâneo (a partir dos anos 1950). Neste sentido, no curso dos encontros síncronos e das atividades de leitura assíncronas, o estudante-pesquisador tomará contato com os lineamentos conceituais mais importantes do conjunto de perspectivas teóricas que sucederam o estruturalismo filosófico que desaguaram no genericamente denominado pós-modernismo, bem como com os aportes críticos a tais tendências de pensamento. Em função da situação trazida pela COVID-19 e a necessidade de se recorrer ao ERE, a disciplina foi reestruturada para contemplar o uso de meios digitais de interação à distância. Prevê-se a integralização da carga horária em 15 sessões de trabalho, com e sem presença direta do docente, as quais serão realizadas em sistema de revezamento entre síncronas e assíncronas. Ambas as formas estarão computadas para que se totalize a carga horária inicialmente previstas. As primeiras serão de natureza interacional, nas quais ocorrerão seminários e discussões de textos e outros materiais que compõem o acervo da disciplina. As segundas terão o caráter de estudos autônomos de discentes sob a orientação do docente responsável pela disciplina. A interação prevista em ambas as formas ocorrerá por meio da plataforma Microsoft Teams, na qual a turma já está organizada. Além da supracitada plataforma de interação remota e de disponibilização de materiais, os recursos e informes da disciplina também serão depositados no Moodle Portal Minhas Turmas da UFMG.

Programa

1. Introdução: o que é epistemologia?

2. A modernidade e o conhecimento como “problema”.

3. Realismo e antirrealismo: um problema mal colocado.

4. Do indivíduo como sujeito à subjetividade como suporte do mundo: a invenção da “crise”.

5. A negação da questão das coisas em benefício das coisas da questão:

5.1. Kant, kantismo e neokantismo;

5.2. Hegel e a coisa especulativa;

5.3. Nietzsche e a perspectiva (do) mais forte;

5.4. Positivismo, logicismo e metodologismo: a filosofia “da” ciência e a negação do objeto;

5.5. Heidegger e “o” ser contra os entes.

6. A desconstrução contemporânea do mundo e de seu conhecimento:

6.1. O Estruturalismo e a negação do sujeito: a realidade como fantasmagoria;

6.2. O Pós-Estruturalismo e as teorias do discurso como negação da objetividade;

6.3. O multiculturalismo e a invenção da “cultura” como fantasmagoria;

6.4. O(s) Pós-modernismo(s) e a hipérbole do perspectivismo.

7. Aportes críticos à negação da objetividade:

7.1. Lukács;

7.2. Granger;

7.3. Chasin;

7.4. Sokal-Bricmont.

8. Materialismo e Ontologia: atividade sensível e realismo crítico.

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