Turma: E
Data de início: 18/05/2021
Data de término: n/d
N° total de vagas: 20
Tipo: Optativa - PDE*
Carga horária: 60 horas
Vagas para eletivas: Sim
Vagas para isoladas: Sim
A disciplina abordará criticamente os principais pressupostos nos quais se baseiam as correntes mais dominantes do discurso epistemológico contemporâneo (a partir dos anos 1950). Neste sentido, no curso dos encontros síncronos e das atividades de leitura assíncronas, o estudante-pesquisador tomará contato com os lineamentos conceituais mais importantes do conjunto de perspectivas teóricas que sucederam o estruturalismo filosófico que desaguaram no genericamente denominado pós-modernismo, bem como com os aportes críticos a tais tendências de pensamento. Em função da situação trazida pela COVID-19 e a necessidade de se recorrer ao ERE, a disciplina foi reestruturada para contemplar o uso de meios digitais de interação à distância. Prevê-se a integralização da carga horária em 15 sessões de trabalho, com e sem presença direta do docente, as quais serão realizadas em sistema de revezamento entre síncronas e assíncronas. Ambas as formas estarão computadas para que se totalize a carga horária inicialmente previstas. As primeiras serão de natureza interacional, nas quais ocorrerão seminários e discussões de textos e outros materiais que compõem o acervo da disciplina. As segundas terão o caráter de estudos autônomos de discentes sob a orientação do docente responsável pela disciplina. A interação prevista em ambas as formas ocorrerá por meio da plataforma Microsoft Teams, na qual a turma já está organizada. Além da supracitada plataforma de interação remota e de disponibilização de materiais, os recursos e informes da disciplina também serão depositados no Moodle Portal Minhas Turmas da UFMG.
1. Introdução: o que é epistemologia?
2. A modernidade e o conhecimento como “problema”.
3. Realismo e antirrealismo: um problema mal colocado.
4. Do indivíduo como sujeito à subjetividade como suporte do mundo: a invenção da “crise”.
5. A negação da questão das coisas em benefício das coisas da questão:
5.1. Kant, kantismo e neokantismo;
5.2. Hegel e a coisa especulativa;
5.3. Nietzsche e a perspectiva (do) mais forte;
5.4. Positivismo, logicismo e metodologismo: a filosofia “da” ciência e a negação do objeto;
5.5. Heidegger e “o” ser contra os entes.
6. A desconstrução contemporânea do mundo e de seu conhecimento:
6.1. O Estruturalismo e a negação do sujeito: a realidade como fantasmagoria;
6.2. O Pós-Estruturalismo e as teorias do discurso como negação da objetividade;
6.3. O multiculturalismo e a invenção da “cultura” como fantasmagoria;
6.4. O(s) Pós-modernismo(s) e a hipérbole do perspectivismo.
7. Aportes críticos à negação da objetividade:
7.1. Lukács;
7.2. Granger;
7.3. Chasin;
7.4. Sokal-Bricmont.
8. Materialismo e Ontologia: atividade sensível e realismo crítico.
ALVES, A.J.L. Chasin e a descoberta do estatuto ontológico da obra de Marx. Verinotio – Revista de Filosofia e Ciências Humanas, v. 9, p. 63-72, 2009.
ALVES, A.J.L. A crítica marxiana da questão de método. Sapere Aude, Belo Horizonte, v.6 - n.11, p.31-68 – 2º sem. 2015.
ALVES, A.J.L. A questão do Standpunkt na cientificidade marxiana: a querela do trabalho produtivo na economia política. Verinotio – Revista de Filosofia e Ciências Humanas, número 12, outubro de 2010, p. 86-93. Disponível em http://www.verinotio.org/conteudo/0.51113127312728.pdf).
ALVES, A.J.L.; SILVA, S.M. A objetividade sócio-histórica dos valores: contra o relativismo e o absolutismo éticos. Verinotio – Revista de Filosofia e Ciências Humanas, número 6, p. 1, 2007. Disponível em http://www.verinotio.org/conteudo/0.51113127312728.pdf.
BODEI, R. A filosofia do século XX. Bauru: EDUSC, 2000.
CHASIN, J. Marx - estatuto ontológico e resolução metodológica. São Paulo: Boitempo Editorial, 2009.
CHASIN, J. Rota e prospectiva de um projeto marxista. Estudos e Ensaios Ad Hominem (Estudos e Edições Ad Hominem), Tomo IV, 2000, p. 5-78.
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DOSSE, F. História do estruturalismo, v. 2. São Paulo: Ensaio; Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1994.
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