Turma: E
Sala: Teleconferência (29/08 a 02/09)
Data de início: 29/08/2022
Data de término: n/d
N° total de vagas: 25
Tipo: Optativa - PDE*
Carga horária: 30 horas
Vagas para eletivas: Não
Vagas para isoladas: Não
PRISCILA DE OLIVEIRA COUTINHO; HERVÉ BRETON
A oferta desta disciplina de 30h, concentrada em uma semana, tem lugar no quadro de cooperação internacional entre a Universidade de Tours e a Universidade Federal de Minas Gerais, cujo acordo prevê a oferta de disciplinas e trabalho em conjunto, a fim de fortalecer a formação de estudantes de pós-graduação, bem como as pesquisas realizadas entre as Universidades parceiras. A disciplina ofertada pretende traçar um breve panorama da pesquisa narrativa e sua abordagem teórico-metodológica a partir das ancoragens comuns entre os dois países. Neste sentido, a nossa intenção é compreender e refletir sobre o uso da pesquisa narrativa nas ciências humanas e sociais, através de alguns referenciais deste campo epistemológico cuja mobilização permite um diálogo produtivo entre as tradições da pesquisa narrativa no Brasil e na França.
Objetivos:
A disciplina está estruturada em três unidades e pretende apresentar-se como uma disciplina introdutória ao campo. Dado o caráter introdutório e os limites de carga horária, pretendemos apresentar os aspectos comuns aos pesquisadores brasileiros e franceses, do ponto de vista teórico e metodológico, bem como os desafios que estão presentes nesta interlocução.
Na Unidade 1, discutiremos a pesquisa narrativa no processo de formação e de pesquisa. Na unidade 2, problematizaremos a pesquisa narrativa e sua operacionalização na pesquisa, por meio de noções basilares, como tempo e experiência. Por fim, na Unidade 3, problematizaremos a dimensão ética na pesquisa narrativa e os dilemas presentes no campo.
Unidade 1: A narrativa como processo de formação e de pesquisa
• Formar-se pela narrativa: da descrição ao relato biográfico
• Formas de passagem: da palavra ao relato
• Dizibilidade do vivido: tomada de consciência e emancipação
Unidade 2: A narrativa e o sentido da experiência humana
• A travessia da experiência e a consciência fundamental
• Fenômeno e Método
• Biografias, autobiografias e sociobiografias: Variações semânticas, espistemológicas, metodológicas e éticas.
Unidade 3: O dilema entre o legítimo e o ilegítimo: reivindicar a dimensão de autoria de sua própria história
• Ética e anonimato
• Fato e Ficção
• Dilemas: as formas do indizível, a circulação do dizer: primeira, segunda e terceira pessoa, a temporalidade do dizível
• Processos narrativos e formação: da expressão, da compreensão e da emancipação
Observação
A oferta desta disciplina será concentrada em uma semana, tendo início de 29/08/2022 a 02/09/2022, das 08:30h às 11:30h e das 13:30h às 16:30h.
BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade. Lembranças de velhos. Prefácio, Apresentação e Introdução. São Paulo: companhia das Letras, 1994. (Leitura básica)
BRETON, Hervé. “Pesquisa narrativa: entre descrição da experiência vivida e configuração biográfica”. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, vol.50, n.178, p.1138-1158. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/7185/pdf
BRETON, Hervé. L´Equête Narrative em Sciences Humaines et Sociales. Paris: Armand Colin, 2022.
CLANDININ, D. Jean; CONNELLY, F. Michael. Pesquisa Narrativa- Experiência e História em Pesquisa Qualitativa. Uberlândia: EDUFU, 2015.
COUTINHO, Priscila. Entre o roçado e a Coca-cola: uma sociobiografia. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2022.
DELORY-MOMBERGER, Christine. "Abordagens metodológicas na pesquisa biográfica." Revista Brasileira de Educação 17 (2012): 523-536.
GUÉRIOS, Paulo Renato. O estudo de trajetórias de vida nas Ciências Sociais: trabalhando com as diferenças de escalas. Campos-Revista de Antropologia, v. 12, n. 1, p. 9-29, 2011. (Leitura básica)
JABLONKA, I. (2017). O terceiro continente.Tradução. Artcultura, 19(35). https://doi.org/10.14393/ArtC-V19n35-2017-2-01
JESUS, Carolina Maria. Quarto de despejo. São Paulo, Francisco Alvez, 1960.
PASSERON. Jean-Claude. “Biografia, fluxos, itinerários e trajetórias”. In: O raciocínio sociológico: o espaço não-popperiano de raciocínio natural. Rio de Janeiro, Vozes, 1985.