Turma: A
Sala: 500
Data de início: 24/09/2024
Data de término: 12/11/2024
N° total de vagas: 20
Tipo: Tópicos**
Carga horária: 30 horas
Vagas para eletivas: Não
Vagas para isoladas: Não
Vanessa Sander Serra e Meira
Perspectivas sócio-antropológicas sobre o gênero: a constituição do campo; Matrizes teóricas; Conceitos centrais. Gênero e interseccionalidades - raça, etnia, classe, sexualidades, geração, deficiências.
Objetivos: Pensar a construção da categoria gênero nas últimas décadas a partir de autoras clássicas. Pensar os conflitos inerentes ao desenvolvimento do conceito e os debates atuais sobre o tema.
Dinâmica dos encontros: Encontros semanais presenciais. Pretende-se também, se possível, convidar pesquisadoras desse campo para discutirem seus textos com os/as estudantes.
Avaliação: I – Participação nas aulas e contribuição nas discussões ao longo da disciplina (30); II – Resumo ou resenha de textos de duas aulas da disciplina (15 + 15); III – Ao fim do semestre cada estudante deverá entregar um texto de 04 até 06 páginas, excluindo-se a capa e a bibliografia, que deverá contemplar temáticas e textos abordados ao longo da disciplina. Os trabalhos serão entregues através do moodle. O trabalho poderá ou não dialogar com o trabalho de mestrado ou doutorado do/a estudante. (40).
Programa da disciplina:
UNIDADE I – UM PANORAMA SOBRE OS ESTUDOS DE GÊNERO
UNIDADE II – ESTUDOS DE GÊNERO E INTERSECCIONALIDADES
UNIDADE III – GÊNERO, CUIDADO, DEFICIÊNCIAS
UNIDADE I – UM PANORAMA SOBRE OS ESTUDOS DE GÊNERO
Aula 1 - 24/09
- Apresentação do programa e pactuação da metodologia de trabalho na disciplina.
Textos base:
PISCITELLI, Adriana. Gênero: a história de um conceito. In: ALMEIDA, Heloísa Buarque de, SZWAKO, José. Diferenças, igualdades. São Paulo: Berlendis & Vertecchia ed., 2009. p. 116-149.
PISCITELLI, A. Recriando a (categoria) mulher?. In: ALGRANTI, L. (org.). A prática feminista e o conceito de gênero. Textos Didáticos, no 48. Campinas, IFCH-Unicamp, 2002, p. 7-42.
Leituras Complementares:
CORRÊA, M. Do feminismo aos estudos de gênero no Brasil: um exemplo pessoal. Cadernos Pagu, Campinas, n. 16, p. 13-29, 2001.
HEILBORN, Maria Luiza e SORJ, Bila. Estudos de gênero no Brasil. In: MICELI, Sérgio (org.) O que ler na ciência social brasileira (1970-1995), ANPOCS/CAPES. São Paulo: Editora Sumaré, 1999, p. 183-221.
HARDING, Sandra. 1994. “A Instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista”. In Revista Estudos Feministas. pp. 7-31.
Aula 2 - 01/10
Textos base:
SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v.20, n.2, p. 71-99, 1995.
LAQUEUR, T. “Da linguagem e da carne”. In: ______. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001, p. 13-40.
Leituras Complementares:
RUBIN, G. S. The traffic in women: notes on the ‘political economy’ of sex. In: RAITER, R. (Ed.). Toward anthropology of women. Nova York: Monthly Review Press, 1975.
LAQUEUR, T. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. (capítulos 3, 5 e 6)
Aula 3 - 08/10
Textos base:
BUTLER, J. “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo”. In: LOURO, G. L. (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 151-172.
BUTLER. J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. (cap. 1 e conclusão)
Leituras Complementares:
FAUSTO-STERLING, A. Dualismos em duelo. Cadernos Pagu, Campinas, n. 17/18, pp. 09-79, 2002.
HARAWAY, D. Gênero para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra. Cadernos Pagu, Campinas, n. 22, pp. 201-246, 2004.
Louro, Guacira Lopes. Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Rev. Estud. Fem. 9 (2), 2001.
Miskolci, Richard. A Teoria Queer e a Questão das Diferenças: por uma analítica da normalização. Mimeo, s/d.
MOORE, H. Understanding sex and gender. In: INGOLD, T. (org.) Companion Encyclopedia of Anthropology, Londres: Routledge, 1997. p. 813-830. (tradução didática)
Salih, Sarah. (2012). Judith Butler e a Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica.
Vídeo complementar:
“Conferência Magna com Judith Butler, durante o I Seminário Queer que aconteceu em 2015 no Sesc Vila Mariana.” https://www.youtube.com/watch?v=TyIAeedhKgc
UNIDADE II – ESTUDOS DE GÊNERO E INTERSECCIONALIDADES
Aula 4 - 15/10
Textos Base:
FRY, P. Da hierarquia à igualdade: a construção histórica da homossexualidade no Brasil. In: ______. Para Inglês Ver: identidade e política na cultura brasileira. RJ: Zahar, 1982. p. 87-115.
PISCITELLI, A. Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. Sociedade e cultura, Goiânia, v. 11, n. 2, 2008.
Leituras Complementares:
BRAH, A. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, Campinas, n. 26, pp. 329-376, 2006.
CARRARA, S.; VIANNA, A. R. B. “As vítimas do desejo”: os tribunais cariocas e a homossexualidade nos anos 1980. In: CARRARA, S.; GREGORI, M. F.; PISCITELLI, A. Sexualidades e saberes: convenções e fronteiras. Rio de Janeiro, Garamond, 2004.RUSSO, J. A.; ROHDEN, F.; TORRES, I.; FARO, L. O campo da sexologia no Brasil: constituição e institucionalização. Physis. 2009, vol.19, n.3, pp. 617-636.
DEBERT, G.; BRIGEIRO, M. Fronteiras de gênero e sexualidade na velhice. RBCS, v.27, n. 80, 2012.
DEBERT, Guita Grin. (1998). Pressupostos da reflexão antropológica sobre a velhice. In: Debert, Guita Grin. A antropologia e a velhice - Textos Didáticos, 2ª ed., 1 (13), Campinas, IFCH/Unicamp, p.07-28.
DÍAZ-BENÍTEZ, M. E. Nas redes do sexo: os bastidores do pornô brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. (Introdução e Capítulo 1)
ESCOURA, Michele. Gente da areia, gênero do parquinho: aprendizagens e negociações da diferença em uma etnografia com crianças. In: Luis Felipe Kojima Hirano; Maurício Acuña; Bernardo Fonseca Machado (Orgs.) "Marcadores sociais da diferença: fluxos, trânsitos e intersecções". Goiânia: Editora Imprensa Universitária, 2019.
FACCHINI, R. Entrecruzando diferenças: mulheres e (homo)sexualidades na cidade de São Paulo. In: DIÁZ-BENITEZ, M. E.; FIGARI, C. Prazeres dissidentes. Rio de Janeiro, Garamond, 2009.
FRANÇA. I. L. Na ponta do pé: quando o black, o samba e o GLS se cruzam em São Paulo. In: DIÁZ-BENITEZ, M. E.; FIGARI, C. Prazeres dissidentes. Rio de Janeiro, Garamond, 2009.
Marchi, R. de C. (2016). Gênero, infância e relações de poder: interrogações epistemológicas. Cadernos Pagu, (37), 387–406.
MOUTINHO, L. Negociando com a adversidade: reflexões sobre 'raça', (homos)sexualidade e desigualdade social no Rio de Janeiro. Revista Estudos Feministas, v. 14, 2006.
PERLONGHER, N. O negócio do michê: a prostituição viril. São Paulo: Brasiliense, 1987. (Prefácio de Peter Fry e p. 108-154)
SOUZA, Érica Renata de. Marcadores sociais da diferença e infância: relações de poder no contexto escolar. Cad. Pagu, Campinas, n. 26, p. 169-199, Jun. 2006.VANCE, Carole. A antropologia redescobre a sexualidade: Um comentário teórico. Physis – Revista de Saúde Coletiva, vol 5, nº 1, 1995, pp.7-32.
Aula 5 - 22/10
Textos Base:
BIROLI, Flávia e Luis Felipe MIGUEL. “Gênero, raça, classe: opressões cruzadas e convergências na reprodução das desigualdades”. Mediações, vol. 20, n. 2, 2015.
BRAH, A. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, Campinas, n. 26, pp. 329-376, 2006.
Leituras Complementares:
CARRARA, S.; VIANNA, A. R. B. “As vítimas do desejo”: os tribunais cariocas e a homossexualidade nos anos 1980. In: CARRARA, S.; GREGORI, M. F.; PISCITELLI, A. Sexualidades e saberes: convenções e fronteiras. Rio de Janeiro, Garamond, 2004.RUSSO, J. A.; ROHDEN, F.; TORRES, I.; FARO, L. O campo da sexologia no Brasil: constituição e institucionalização. Physis. 2009, vol.19, n.3, pp. 617-636.
CHAVEIRO, Maylla Monnik Rodrigues de Sousa. INTERSECCIONALIDADE E SUA PLURALIDADE CONCEITUAL: UM QUADRO COMPARATIVO ENTRE AUTORAS. Revista Desenvolvimento Social, vol. 29, n. 2, jul/dez, 2023.
DEBERT, G.; BRIGEIRO, M. Fronteiras de gênero e sexualidade na velhice. RBCS, v.27, n. 80, 2012.
DEBERT, Guita Grin. (1998). Pressupostos da reflexão antropológica sobre a velhice. In: Debert, Guita Grin. A antropologia e a velhice - Textos Didáticos, 2ª ed., 1 (13), Campinas, IFCH/Unicamp, p.07-28.
DÍAZ-BENÍTEZ, M. E. Nas redes do sexo: os bastidores do pornô brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. (Introdução e Capítulo 1)
ESCOURA, Michele. Gente da areia, gênero do parquinho: aprendizagens e negociações da diferença em uma etnografia com crianças. In: Luis Felipe Kojima Hirano; Maurício Acuña; Bernardo Fonseca Machado (Orgs.) "Marcadores sociais da diferença: fluxos, trânsitos e intersecções". Goiânia: Editora Imprensa Universitária, 2019.
FACCHINI, R. Entrecruzando diferenças: mulheres e (homo)sexualidades na cidade de São Paulo. In: DIÁZ-BENITEZ, M. E.; FIGARI, C. Prazeres dissidentes. Rio de Janeiro, Garamond, 2009.
FRANÇA. I. L. Na ponta do pé: quando o black, o samba e o GLS se cruzam em São Paulo. In: DIÁZ-BENITEZ, M. E.; FIGARI, C. Prazeres dissidentes. Rio de Janeiro, Garamond, 2009.
Marchi, R. de C. (2016). Gênero, infância e relações de poder: interrogações epistemológicas. Cadernos Pagu, (37), 387–406.
MOUTINHO, L. Negociando com a adversidade: reflexões sobre 'raça', (homos)sexualidade e desigualdade social no Rio de Janeiro. Revista Estudos Feministas, v. 14, 2006.
PERLONGHER, N. O negócio do michê: a prostituição viril. São Paulo: Brasiliense, 1987. (Prefácio de Peter Fry e p. 108-154)
SOUZA, Érica Renata de. Marcadores sociais da diferença e infância: relações de poder no contexto escolar. Cad. Pagu, Campinas, n. 26, p. 169-199, Jun. 2006.VANCE, Carole. A antropologia redescobre a sexualidade: Um comentário teórico. Physis – Revista de Saúde Coletiva, vol 5, nº 1, 1995, pp.7-32.
Aula 6 - 29/10
Texto Base:
McCLINTOCK, A. Couro Imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora da Unicamp, 2010. (Introdução e capítulo 3)
Leituras Complementares:
Dutra, Juliana Cabral de O, Mayorga, Claudia. Mulheres Indígenas em Movimentos: Possíveis Articulações entre Gênero e Política. Psicol., Ciênc. Prof. (Impr.) 39 (spe), 2019.
Gonzalez, Lélia, Rios, Flavia (Org.), Lima, Márcia (Org.). POR UM FEMINISMO AFRO-LATINO-AMERICANO. Rio De Janeiro: Zahar, 2020.
JUNQUEIRA, Rogério Diniz. 2022. A INVENÇÃO DA IDEOLOGIA DE GÊNERO. Editora: LETRAS LIVRES.
JUNQUEIRA, Rogério Diniz. 2018. "A invenção da 'Ideologia de gênero': a Emergência de um Cenário Político-discursivo e a Elaboração de Uma Retórica Reacionária Anti-Gênero". Revista Psicologia Política. Vol. 18, n 43, pp. 449-502.
LUGONES, MARÍA. Colonialidade e gênero. Tabula Rasa [online]. 2008, n.9, pp.73-102.
MANICA, Daniela; MONTEIRO, Marko; RODHEN, Fabíola. 2018. "Pela liberdade de ensinar e existir: ciências humanas contra a ideologia de gênero". In Le Monde Diplomatique. São Paulo. Vol. 14. 14 de março de 2018, pp. 1-5.
Segato, Rita Laura. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. E-Cadernos CES, 18, 2012.
Spyer, Tereza, Malheiros, Mariana, Ortiz, María Camila. Julieta Paredes: mulheres indígenas, descolonização do feminismo e políticas do nomear [entrevista]. Epistemologias do Sul, v. 3, n. 2, p. 22-42, 2019.
UNIDADE III – GÊNERO, CUIDADO, DEFICIÊNCIAS
Aula 7 - 05/10
Textos Base:
Guimarães, Nadya, Vieira, Priscila Pereira Faria. As “ajudas”: o cuidado que não diz seu nome. ESTUDOS AVANÇADOS 34 (98), 2020.
Fietz, Helena Moura, Mello, Anahi Guedes de. A Multiplicidade do Cuidado na Experiência da Deficiência. Revista ANTHROPOLÓGICAS, Ano 22, Volume 29(2), 2018.
Leituras Complementares:
ALVES, Raquel Lustosa da Costa; FLEISCHER, Soraya Resende. "O que adianta conhecer muita gente e no fim das contas estar sempre só?" O desafio da maternidade em tempos de Síndrome Congênita do Zika Vírus. Revista AntHropológicas, abr. 2019.
Debert, Guita Grin, Pulhez, Mariana Marques (orgs.). Desafios do cuidado: gênero, velhice e deficiência. Campinas, SP : UNICAMP/IFCH, 2019.
Fleischer, Soraya, Lima, Flávia (Orgs.). Micro: contribuições da antropologia. Editora Athalaia. Brasília, 2020. Mello, Anahí Guedes de, Adriano Henrique Nuernberg. Gênero e deficiência: interseções e perspectivas. Rev. Estud. Fem. 20 (3), Dez 2012.
Sorj, Bila. Arenas de cuidado nas interseções entre gênero e classe social no Brasil. CADERNOS DE PESQUISA v.43 n.149 p.478-491 maio/ago. 2013.
Aula 8 - 12/10 - Avaliação do Semestre. Encerramento da disciplina. Confraternização.